Cheguei a Veneza para visitar um dos maiores eventos de arte do mundo: a Bienal de Veneza!
Chegando na estação tive que pegar um Vaporetto, um barco (o ônibus de Veneza) que navega pelos canais até chegar ao espaço onde está acontecendo a exposição.
Foram 40 minutos navegando pela belíssima Veneza!
Curiosidade: Tudo começou no ano 452, quando habitantes do nordeste italiano se refugiaram nas ilhas de uma grande lagoa de água doce, à beira do Mar Adriático, para escapar das invasões bárbaras que puseram fim ao Império Romano. Nesse local, parte de uma região chamada Veneto, havia 120 ilhotas, cortadas por 177 canais, e os primeiros moradores ocuparam justamente as áreas secas, de terra firme. Quando as ilhas já estavam completamente tomadas, a cidade começou a avançar sobre as águas. Foram construídas passarelas suspensas ao lado das fachadas e 40 canais deixaram de existir, conforme os moradores foram construindo anexos às suas casas.
Os aterros tornaram-se comuns, com os canais ficando cada vez mais estreitos, à medida que a cidade crescia. No princípio, a cidade foi toda edificada em madeira, com as fundações das casas fincadas entre 2 a 5 metros de profundidade. Alguns séculos depois, as pedras passaram a ser o principal material de construção, utilizadas também, a partir do século X, para forrar as margens dos canais.
Na Bienal de Veneza!! Esta é a 56.ª edição!!
Abriu no dia 9 de maio e vai até 22 de novembro!
São 136 artistas de 53 países sob o tema All the World’s Futures (Todos os Futuros do Mundo)
“Durante os dois últimos séculos, as mudanças radicais geraram novas e fascinantes ideias usadas por artistas, escritores, realizadores, performers, compositores e músicos. O tema da Bienal de 2015 será um projeto para criar uma nova avaliação da relação entre a arte e os artistas diante do atual estado das coisas”, palavras do curador da Bienal, Okwui Enwezor.
Este trabalho é do argentino Eduardo Basualdo
Estas pinturas do Paquistão, de Huma Bhabha.
O espaço dos pavilhões da Bienal são muito bonitos, uma mistura de rústico com detalhes modernos!
Estas fotografias de faces são do francês Chris Marker
Estas pinturas são sobre papel do sul africano Kay Hassan
Achei que encontraria mais instalações do que pinturas e desenhos, mas o número é bem equilibrado.
Toda a exposição colocada de uma maneira muito agradável para se andar por entre as obras.
Rupali Gupte da India é o responsável por esta instalação com madeiras
Estas pinturas de humanos de ponta cabeça são do alemão Georg Baselitz
Esta é uma sala com uma instalação muito interessante, na parede são fotos de pessoas comuns, na rua, no metro, em casa, etc. E neste painel azul no teto são fotos 3 x 4 digitais de milhares de pessoas, e as imagens a cada poucos segundos são trocadas.
São muitas salas para serem visitadas nos pavilhões, mas tudo muito bem organizado e com indicações em todos os lugares.
Saindo dos pavilhões eu fui para o Giardini, onde estão a maioria dos países, entre eles o Brasil.
O Jardim fica entre belíssimos canais de Veneza
Este é o espaço do Brasil! E a obra é do artista Antonio Manuel
São espaços completamente diferentes uns dos outros. Alguns países optaram por instalações, outros por pinturas, esculturas e muitos por recursos tecnológicos.
O que se percebe é que dentro do tema proposto pela Bienal:todos os futuros do mundo, a maioria mostrou um lado negativo, mais pesado. Mas claro, muitos com uma linguagem de esperança também.
Ao visitarmos uma exposição como uma Bienal, precisamos estar abertos para entender todas as formas de expressão artística. O que cada artista quis dizer, qual é a história dele e por que ele se expressa desta forma.
Um exemplo é esta obra da Áustria, onde no espaço encontramos uma sala branca e um banco também branco.
Lindas obras de Adrian Ghenie da Romênia
Corredores do jardim entre as exposições.
Uma exposição que gostei muito foi esta da Holanda do artista Heman de Vries
Ele trabalhou com sementes, folhas e terra…por que será que me identifiquei com esta obra??rsrsr
Mas é assim, precisamos estar abertos ao novo, ao diferente, mas sempre dentro das nossas experiências nos identificamos com algo que passa a ser mais significativo, que mexe com nossas emoções!
Este é o papel da arte!!
Se ligarmos todas as imagens (pinturas, desenhos, esculturas, instalações) ao tema Todos os futuros do mundo, sempre teremos uma interpretação, talvez igual ou diferente das milhares de pessoas que irão também visualizá-la.
Uma pilha de malas?
Uma árvore seca caída ao chão?
Esta é uma obra de Tetsuya Ishida, do Japão. Crianças sendo montadas como robôs…será o futuro?
Para terminar, mais algumas imagens deste lindo Jardim repleto de arte!
Arrivederci Veneza!!!